- Antes de sairmos de casa disseste que estavas preocupado com a Gabriela, porquê?
- Porque me pareceu muito estranha e…com muito medo do Pedro!
- Do Pedro? Mas porquê? Que mal lhe poderia ele fazer?
- Não sei. Mas algo me diz que vamos encontrar um Pedro muito diferente do habitual, muito alterado…
- Credo! Nem digas isso! O que é que podia acontecer para o deixar alterado ao ponto de a Gabriela estar com medo?
- Bom, Joana, vamos esperar para ver, já estamos a chegar…
…
…
…
…
…
…
- Meu Deus!
- Tens a casa virada do avesso, Paulo!
- Pois, isso já vi…mas onde estarão os dois? Gabriela? Estás cá?
…
- Pedro? Pedro? Está cá alguém?
- Paulo, acho que se estivessem já tinham respondido…
- Deixa-me ir ver lá dentro…espera aqui…
…
…
…
- Que cara é essa, Paulo? O que é que viste lá dentro? Eles estão lá?
- Só o Pedro.
- E então ele está bem? Onde é que ele está? Quero falar com ele…
- Acho melhor não…
- Larga-me Paulo, quero ver o Pedro, o que se passa?
- O Pedro está lá dentro…morto!
- O quê? Como? Não é possível…quero vê-lo…
- Acho melhor não o fazeres, Joana, não é uma visão bonita! Agora temos que chamar a polícia…não…Joana…não, não vás lá…fica aqui!!
…
…
…
- AAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHH!!
- Eu avisei-te Joana, anda cá, não olhes para lá…
- Não! Não! Como é que isto foi acontecer Paulo? Como?
A visão de Pedro, morto, na banheira, não era de facto a mais bela. Ali jazia o seu corpo sem vida, roxo, com se ali se tivesse afogado. Uma ideia ridícula, na melhor das hipóteses, tendo em conta a quantidade de água. O couro cabeludo parecia ter sido arrancado cirurgicamente, bem como cada uma das suas unhas. Os olhos abertos, vítreos e secos, fitavam o espelho, como se ali estivesse algo de muito importante, ou como se ali estivesse a última coisa importante digna de ser vista em vida.
- Acalma-te, vá, chora à vontade….anda, vamos para a sala…temos que chamar a polícia…acalma-te.
- Não me quero acalmar Paulo! Como queres que me acalme?! Olha para o estado dele?
…
- Espera…olha para a água que está na banheira…está a borbulhar…
- Como? Não pode estar quente…e além disso há pouco não estava assim…
- Olha como ferve…é como se estivesse…já viste, a velocidade a que ferve?
- Já, e acho que não é por acaso…
- O que queres dizer com isso?
- Olha para o espelho! Está a embaciar…
- Sim e depois…
- Olha com mais atenção.
- Ah, estão a aparecer letras desenhadas…
- Sim, e já viste o que dizem?
- Espera…deixa-me ver…
…
…
…
12-08-1986
- É uma data, mas, Paulo, como é que explicas isto?
- Não sei, Joana, desculpa, mas não sinto que haja uma explicação racional para isto: o estado do Pedro, a voz da Gabriela ao telefone, e agora não saber dela, a água que começa a ferver, letras a desenharem-se no espelho…Joana, há algo de sobrenatural em torno de todos estes acontecimentos, apenas não percebo o quê, mas garanto-te que vou…
…
- O que é isto? É o teu telemóvel, Paulo?
- Não, isso não é o meu toque. Será o teu?
- O meu não é de certeza!
…
- Espera, olha ali no chão, é o telemóvel do Pedro?
- É, acho que sim! Vai lá ver Paulo, não me consigo aproximar…
- Porque me pareceu muito estranha e…com muito medo do Pedro!
- Do Pedro? Mas porquê? Que mal lhe poderia ele fazer?
- Não sei. Mas algo me diz que vamos encontrar um Pedro muito diferente do habitual, muito alterado…
- Credo! Nem digas isso! O que é que podia acontecer para o deixar alterado ao ponto de a Gabriela estar com medo?
- Bom, Joana, vamos esperar para ver, já estamos a chegar…
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- Meu Deus!
- Tens a casa virada do avesso, Paulo!
- Pois, isso já vi…mas onde estarão os dois? Gabriela? Estás cá?
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- Pedro? Pedro? Está cá alguém?
- Paulo, acho que se estivessem já tinham respondido…
- Deixa-me ir ver lá dentro…espera aqui…
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- Que cara é essa, Paulo? O que é que viste lá dentro? Eles estão lá?
- Só o Pedro.
- E então ele está bem? Onde é que ele está? Quero falar com ele…
- Acho melhor não…
- Larga-me Paulo, quero ver o Pedro, o que se passa?
- O Pedro está lá dentro…morto!
- O quê? Como? Não é possível…quero vê-lo…
- Acho melhor não o fazeres, Joana, não é uma visão bonita! Agora temos que chamar a polícia…não…Joana…não, não vás lá…fica aqui!!
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- AAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHH!!
- Eu avisei-te Joana, anda cá, não olhes para lá…
- Não! Não! Como é que isto foi acontecer Paulo? Como?
A visão de Pedro, morto, na banheira, não era de facto a mais bela. Ali jazia o seu corpo sem vida, roxo, com se ali se tivesse afogado. Uma ideia ridícula, na melhor das hipóteses, tendo em conta a quantidade de água. O couro cabeludo parecia ter sido arrancado cirurgicamente, bem como cada uma das suas unhas. Os olhos abertos, vítreos e secos, fitavam o espelho, como se ali estivesse algo de muito importante, ou como se ali estivesse a última coisa importante digna de ser vista em vida.
- Acalma-te, vá, chora à vontade….anda, vamos para a sala…temos que chamar a polícia…acalma-te.
- Não me quero acalmar Paulo! Como queres que me acalme?! Olha para o estado dele?
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- Espera…olha para a água que está na banheira…está a borbulhar…
- Como? Não pode estar quente…e além disso há pouco não estava assim…
- Olha como ferve…é como se estivesse…já viste, a velocidade a que ferve?
- Já, e acho que não é por acaso…
- O que queres dizer com isso?
- Olha para o espelho! Está a embaciar…
- Sim e depois…
- Olha com mais atenção.
- Ah, estão a aparecer letras desenhadas…
- Sim, e já viste o que dizem?
- Espera…deixa-me ver…
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12-08-1986
- É uma data, mas, Paulo, como é que explicas isto?
- Não sei, Joana, desculpa, mas não sinto que haja uma explicação racional para isto: o estado do Pedro, a voz da Gabriela ao telefone, e agora não saber dela, a água que começa a ferver, letras a desenharem-se no espelho…Joana, há algo de sobrenatural em torno de todos estes acontecimentos, apenas não percebo o quê, mas garanto-te que vou…
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- O que é isto? É o teu telemóvel, Paulo?
- Não, isso não é o meu toque. Será o teu?
- O meu não é de certeza!
…
- Espera, olha ali no chão, é o telemóvel do Pedro?
- É, acho que sim! Vai lá ver Paulo, não me consigo aproximar…
...
- É um tal de Chico, conheces?
- Não, quer dizer…acho que não…
- Vou atender. Estou?
…
- Com quem é que queria falar?
…
- Com o Pedro? Como? A devolver uma chamada?
…
- Desculpe mas isso é impossível…
…
- Porquê? Porque ele está morto, eis o porquê!
…
- Impossível? Oh homem, estou a dizer-lhe! Como é que ele pode ter ligado há cinco minutos?
…
- Não, amigo, vai-me desculpar mas essa insistência já roça o desagradável…
…
- Como? Tem a certeza?
…
- Importa-se que falemos pessoalmente?
…
- Muito bem…sim…conheço perfeitamente…vou já para aí!
…
- Com certeza, até já.
…
…
- O que foi Paulo, quem era?
- Aparentemente, um amigo do Pedro, um amigo de há muitos anos…
- Porra, não conheço esse amigo dele!
- Já não falavam há alguns anos…
- E o que é que ele disse? O Pedro ligou-lhe?
- Há cinco minutos.
- Ambos sabemos que isso é impossível…
- Pois, mas há uma mensagem de voz…
- Impossível!
- Achas? Tão impossível como o que vimos na água e no espelho!
- Tens razão…e agora…vamos lá?
- Claro, quero uma explicação para o que tenho na minha banheira…e além disso quero uma pista para o paradeiro da Gabriela…ela desapareceu…lembras-te?
- Tens razão, desculpa, só pensei no Pedro e nem me lembrei que não sabes da tua mulher, que egoísta…
- Esquece isso, agora temos que nos despachar…tenho receio de não chegar a tempo…
- A tempo? Porquê?
- Por causa da mensagem que ele diz que o Pedro deixou…
-Qual mensagem? O que é que o Pedro lhe disse?
- “Prepara-te…a seguir és tu!”
- É um tal de Chico, conheces?
- Não, quer dizer…acho que não…
- Vou atender. Estou?
…
- Com quem é que queria falar?
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- Com o Pedro? Como? A devolver uma chamada?
…
- Desculpe mas isso é impossível…
…
- Porquê? Porque ele está morto, eis o porquê!
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- Impossível? Oh homem, estou a dizer-lhe! Como é que ele pode ter ligado há cinco minutos?
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- Não, amigo, vai-me desculpar mas essa insistência já roça o desagradável…
…
- Como? Tem a certeza?
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- Importa-se que falemos pessoalmente?
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- Muito bem…sim…conheço perfeitamente…vou já para aí!
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- Com certeza, até já.
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- O que foi Paulo, quem era?
- Aparentemente, um amigo do Pedro, um amigo de há muitos anos…
- Porra, não conheço esse amigo dele!
- Já não falavam há alguns anos…
- E o que é que ele disse? O Pedro ligou-lhe?
- Há cinco minutos.
- Ambos sabemos que isso é impossível…
- Pois, mas há uma mensagem de voz…
- Impossível!
- Achas? Tão impossível como o que vimos na água e no espelho!
- Tens razão…e agora…vamos lá?
- Claro, quero uma explicação para o que tenho na minha banheira…e além disso quero uma pista para o paradeiro da Gabriela…ela desapareceu…lembras-te?
- Tens razão, desculpa, só pensei no Pedro e nem me lembrei que não sabes da tua mulher, que egoísta…
- Esquece isso, agora temos que nos despachar…tenho receio de não chegar a tempo…
- A tempo? Porquê?
- Por causa da mensagem que ele diz que o Pedro deixou…
-Qual mensagem? O que é que o Pedro lhe disse?
- “Prepara-te…a seguir és tu!”
brrr... que arrepio na alma... se o meu telemóvel tocar entretanto juro que ainda me dá uma coisinha má....
mais uma vez FABULÁSTICO! :)