- Acalma-te Chico, aquela mulher não te vai fazer mal…
- Juro-te que é ela Paulo, não estou enganado! Ela vai matar-me…
- Chico, calma, aquela é a minha mulher, a Gabriela!

- Paulo, eu sei que estás muito contente por teres encontrado a Gabriela, mas temos que sair daqui depressa…
- Por amor de Deus, Joana, não te estou a perceber…
-Não?! Estás burro!? Como é que ela nos encontrou? Por acaso disseste para onde vínhamos?


-Paulo, se ela está aqui é pelo Chico, não é por mais nada, não percebes? Ele tem razão…deve ser ela!
- Não posso acreditar numa coisa dessas…como é que…
- Não sei Paulo, mas agora vamos embora…pensas nisso mais tarde, vamos! Chico?

- Chico! Olha, Paulo, ele está ali à beira do cais! Chico!!!



- Chico, o que estás a fazer, vem connosco, temos que fugir…
- Paulo, não consigo, é ela que me está a fazer isto, estou a sentir algo a puxar-me para a água…ajuda-me!
- Agarra a minha mão!

- Porra, estás gelado! E estás a gelar-me também…
- Larga-me, Paulo, não há nada a fazer…eu mereço!
- Chico! Chicooo!


- Deixa-o, é inteiramente merecido, não achas?
- Gabriela!
- Essa tua tentativa ridícula de o salvar enoja-me.
- Como foste capaz, Gabriela?
- Como fui capaz? E não te perguntas como foram aqueles animais capazes?!
- Eu sei o que eles te fizeram, foi horrível, mas porque nunca me contaste, eu podia ajudar-te!
-E ajudaste, Paulo, ajudaste a que o meu plano resultasse. Afinal de contas trouxeste o Pedro até mim…
- Mas como foi possível ele não te reconhecer?
- Quem te disse que não me reconheceu?
- Não pode ser…
- Desculpou-se logo que me apanhou sozinha a primeira vez! Já que aqui estás Joana, queres que te conte o que ele me disse? Foi qualquer coisa como: “Gabriela, espero que me possas desculpar, éramos miúdos, e sabes como são os miúdos, por vezes têm brincadeiras estranhas…mas está tudo bem entre nós certo?”
- Não acredito nisso…
- Acredita no que quiseres. Por mim podes morrer também…


-Gabriela, pára! O que estás a fazer? Deixa a Joana em paz, ela não faz nada, o que estás a fazer? Pára! Joana, foge! Foge daqui!




- Gabriela, como pudeste matar a Joana?! Que mal é que ela te fez? Tu não estás em ti!Que poder é esse que tens? É o Rio não é? Também te banhaste no rio não foi!?
- Tive que me lavar sabes. Não é muito agradável ser violada com um pau enorme e ser enterrada logo de seguida. Pensei que morria ali! Fazes ideia do que é passar por isso? FAZES?!
- Obviamente que não…não sei o que dizer…deve ter sido horrível.
- Foi muito mais do que isso! Eu morri naquele dia e no mesmo dia renasci. Eu sou a face do terror que vivi. Transformei esse terror, primeiro em raiva, depois em fúria e depois em audácia e desejo de vingança. Eu não os podia deixar ficar impunes percebes?
- Mas a Joana…que mal te fez?
- O que achas que ela ia fazer com toda esta informação? Eu não estaria segura. Achas justo que eu pague por isto? Achas?
- Não. Não acho, mas eu sou suspeito…
- Porquê?
- Porque te amo. Anda cá, abraça-me!
- Estás a falar a sério? Achas que ainda podemos ser felizes os dois?
- Felizes? Não sei. Mas não há felicidade no mundo que eu troque pela eternidade ao teu lado.
- Achas que algum dia me vais perdoar?
- Só se me prometeres também o teu perdão…
- Eu? Perdoar-te? Porquê?
- Por isto…





- Desculpa, Gabriela, mas tinha que ser. Não podes viver, percebes? É O Rio sabes?! Eh! Eh! Eh!. Não são esses os seus planos para nós.
- Mas p…po..porquê? Paulo…
- Shhhh! Deixa que a morte venha, não resistas.
- Mas…mas…tu…nunca foste ao Rio, não percebo…
- Não preciso, Gabriela, eu sou O Rio! Eu controlo tudo o que lá acontece! Agora, se não te importas, morre, por favor.

1 de olhos abertos:

  1. Miss I says:

    E só pude ler agora o final... Eu bem sabia que devia estar preocupada com a Gabriela! ;P

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